Segundo Gilso, é preciso buscar e lutar por uma maior participação das mulheres em todos os seguimentos. "Em nosso legislativo temos apenas uma vereadora, e isso deve mudar por uma melhor representatividade das mulheres". Já Giovana ressaltou que o tema da conferência é um debate a ser feito por toda a sociedade e não apenas por mulheres. "É bom poder ver aqui representantes masculinos envolvidos neste trabalho". De acordo com a primeira-dama, ver o salão lotado na 3ª conferência é uma prova da sensibilidade da comunidade sobre o assunto. "E muitas outras mulheres antecederam esta luta que damos continuidade hoje de busca por direitos e oportunidades".
Na sequência, a psicóloga Sandra Martins, falou sobre a independência psicológica que deve ser trabalhada. "Nas situações mais diversas de sofrimento a mulher sempre poderá encontrar uma brecha para que aconteça a mudança". A jornalista Sônia Zanchetta, que abordou o tema cultura, ressaltou que no início dos tempos o termo era visto apenas como um sinônimo ao cultivo. "A cultura de um grupo humano é tudo o que essa comunidade acumulou durante a sua trajetória".
- A moradora de Canoas, Ângela Chaves, de 46 anos, aproveitou o grande número de mulheres participantes da Conferência para apresentar seu livro autobiográfico Lágrimas de Silêncio - A história de Angélica violentada, abusada e prostituída. Uma sobrevivente do incesto. Na obra, a escritora conta sua história de violência sexual infantil causada pelo pai e o irmão, os quais ocasionaram nela duas gestações, respectivamente. "Hoje minhas filhas têm 30 e 27 anos e há poucos anos souberam quem era seus verdadeiros pais", conta emocionada Ângela. Abusada pelo pai desde os sete anos, sob o olhar silencioso da mãe, ela viveu o drama do incesto, da infância à adolescência foram anos de abusos.
Afastada da família, ela frisa a indiferença com que as pessoas próximas agem em uma situação de violência infantil. "Eu era vista e tratada como responsável pela agressão que eu mesma sofria. Quando o meu livro foi lançado este ano fui agredida por familiares, me diziam que eu não tinha o direito de expor a família ao ridículo, mas a minha vida ter sido destruída por homens violentos e sem escrúpulos não havia problema", desabafa a escritora, que vai autografar sua obra na Feira do Livro de Porto Alegre.
Ana Maciel |
Angela descreveu violência em livro autoral |
Violência autobiografada
Ana Maciel |
Rudinéia falou sobre violência |
Durante a manhã foram debatidos diversos temas envolvendo violência, independência política, cultural, social e financeira. Dentre estes, as "Políticas de enfrentamento à violência", abordado pela advogada Rudinéia Souza, assessora do Centro de Referência da Mulher Estadual, falou da vulnerabilidade pela qual a violência expõe as mulheres. "Mulher em situação de violência não sabe por onde começar, onde buscar auxílio, e nesse momento, de quem ela mais precisa, além da polícia e outros serviços, é da família, que precisa dividir com ela a responsabilidade de trabalhar junto contra essa agressão".
Ana Maciel |
Márcia e Beatriz, organizadoras |
Participaram da abertura o vice-prefeito, Gilso Nunes; Gerente da GPPG, Beatriz Martins; presidente do COMDIM, Marcia Weber; adjunta da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, Letícia Gomes; primeira-dama, Sueli Pires; representando a Câmara Municipal, vereador Gelson Braga; e a representante da Secretaria Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, Giovana Vargas.
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