A presente pesquisa está alicerçada em três eixos: a inclusão, a música e a psicanálise. Sabemos que no passado, nem todas as crianças tinham acesso à escola e o direito daquelas que tinham alguma deficiência nem mesmo era cogitado, pois eram consideradas incapazes de ocupar esse lugar, sendo excluídas de qualquer atenção escolar. Hoje, a pessoa com deficiência tem reconhecido e assegurado por lei o direito de ser incluída numa sala de aula regular, com currículo e ambiente adaptados, a fim de atender à diversidade de necessidades. A inclusão da música nos currículos escolares pode acompanhar a renovação dos fazeres pedagógicos. Se para as crianças e adolescentes de uma forma geral, a vivência musical pode trazer benefícios, para os alunos com deficiência não poderia ser diferente.
Sabe-se que a música pode ser restituída aos currículos escolares de diferentes formas e, para que isso ocorra, requer investimento em projetos inovadores, materiais didáticos e formação acadêmica para professores que desejam trabalhar em música. Nessa dissertação, há a busca de registros de práticas inclusivas que estejam relacionadas com a música, nas escolas municipais de Cachoeirinha. Após a identificação dessas práticas, foi feito o estudo de caso com amostra constituída por dois alunos que vivenciam a música em suas escolas. Os alunos têm diferentes deficiências, pois um tem Síndrome de Down e o outro é não vidente (cego). Paralelamente à preocupação de se falar sobre a inclusão escolar e as contribuições da música no processo inclusivo, esta pesquisa propõe-se a realizar uma leitura que vá além do óbvio, que transcenda o que comumente está posto, ou seja, a adotar sobre as questões que emergem desse contexto um olhar atravessado por conceitos psicanalíticos; mais precisamente a transferência, identificação e desejo, fazendo uma articulação entre a psicanálise e a educação.
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